segunda-feira, 25 de dezembro de 2017

Menino dos olhos azuis



















Quem é ele?
 Que vem de mansinho:
Tão pequenino 
A nos socorrer?
 De pés descalços 
Tão pobrezinho... 
– Parece ser o menino,
Menino dos olhos azuis
Faz voltar a esperança
Com seu sorriso. 
O menino não sabe, 
Não adianta...
O destino nos fez assim. 



marilia, 1979







sábado, 4 de novembro de 2017

Ao salpicar o céu da boca com o inesperado gosto da fruta!

                       

A falsidade entre os homens não terá mais serventia












"O que Nascer em Mortal Condição
Com a terra se há-de-ver consumido..."
William Blake
( Poeta e Artista Plástico )
1793 D.C.


Quando içares as velas
Em fuga célere do teu destino,
Não deixarás as lembranças
Marcarem o teu inóspito caminho.
Sentirás mais leve e livre
Dos tomentos de ser humano,
Em vasto fado de morrer sem saber
O verdadeiro motivo de estar docemente
Marcada em teu gene: tamanha sina.
E os teus infinitos desejos,
Ao longo desta trajetória impune,
Jamais serão em vão...
Se ficares atenta, ainda que medonha
Força estranha nos oprima,
Sentiremo-nos mais fortes
Quando a esperança ainda brotar,
E nos fazer acreditar que exista algum lugar
Sem a truculenta e funesta mentira!
Mesmo que o manto negro mortal nos possua
Em pecado original e ainda nos resigne:
O amor divino finalmente triunfará,
Libertando de todo mal que nos abriga:
A solidão não precisará mais guarida!
E a roda da fortuna será um livro aberto,
Sem esconder nada ao acaso vinga:
Onde a pureza sublime reinará
Inevitavelmente, todos os dias.

sexta-feira, 13 de outubro de 2017

Não serão mais inuteis os versos...













Não serão mais inúteis os versos:
Declamados ao romper da alvorada,
Aos braços da mulher amada...
Sob as incontáveis estrelas e da lua torta!
Sonhei outro País, outro Continente
Outro derradeiro Universo!
Não cabe mais aos homens deter
A chegada triunfante da primavera...
E não se derramará mais inutilmente
O imaculado sangue sobre a terra.
Ouviremos os cantos da passarada,
Trazendo-nos inesperados ventos: 
Os aromas esquecidos no outrora...
Em qualquer canto haverá mais encanto,
Como se fosse a paz desabrochando:
Numa flor do campo que nunca morre,
Trazendo consigo a esperança fúlgida
Resplandecendo, inesperadamente,
Ao poente findando a madrugada!
E todos seremos de novo crianças,
Brincando sem medo na beira da aurora,
E perseguiremos os nossos sonhos:
Não serão mais inúteis os versos
Inocentes declamados por agora!





imagem retirada da internet:

http://ozieloficial.blogspot.com.br/2011/05/eu-e-voce-vivendo-sob-uma-lua-de-papel.html














sábado, 16 de setembro de 2017

A Rosa do Amanhã







Quando o acaso chegar
E banhar o teu véu acariciado pela aventura
De ser humana a condição lavrada
Nas têmperas das dores vividas,
Lembrarás, inevitavelmente,
Dos amores por um dia perseguidos
Numa juventude da flor da mocidade,
D’um outrora jamais esquecido.
E te contaminará de uma arrebatadora
Saudade de um tempo em que a maldade
Não abrigava nossos corpos impunes!
Íamos tão felizes sem o perceber...
Sendo que se esvaía o melhor do fruto
Com sabores finitos... De um gosto,
Que nunca e jamais apreciaríamos:
Este desejo infinito que foi as nossas vidas!





sábado, 7 de janeiro de 2017

No apogeu do teu ser






























O esplendor das horas em tua companhia
Faz mover os astros silenciosamente,
Desvendando os segredos do gênesis,
Acariciando a languidão do ser.

Noutros corpos viajei
Num vaivém do êxtase,
Pondo um sorriso não eterno nos olhos,
Habitando impiedosamente o coração.

Mas não encontrei a mim mesmo.
Só reflexos do nada, herméticos
Instantes – rio que flui sem leito:
Teu corpo que outrora amei.